quinta-feira, 13 de setembro de 2012

‎2 Dias em Nova Iorque, de Julie Delpy (2012)

Quando se soube que «2 Dias em Paris» ia ter uma sequela, por estes lados começou a soar o alarme e não foi pelas melhores razões. Não tendo gostado particularmente do filme realizado e protagonizado por Julie Delpy em 2007, foi um bocado de pé atrás que resolvi ver «2 Dias em Nova Iorque», mais por curiosidade do que por outra coisa. E talvez tenha sido a falta de expectativas que me levou a gostar mais desta continuação das aventuras conjugais de Marion (Julie Delpy), desta vez em Nova Iorque, do que do filme anterior.

Cinco anos após os acontecimentos de «2 Dias em Paris» encontramos Marion separada, com um filho nos braços e numa nova relação com Mingus (Chris Rock). A propósito da inauguração de uma nova exposição  de fotografia, Marion recebe a sua família, vinda directamente de Paris: o pai Jeannot (Albert Delpy), a irmã Rose (Alexia Landeau) e o namorado dela Manu (Alexandre Nahon). E é este reencontro familiar que vai colocar de novo à prova a relação de Marion, com Mingus a sofrer na pele o choque de culturas entre três parisienses meio extravagantes.

Apesar de os dois filmes serem um pouco parecidos na sua premissa, um casal com os seus problemas normais que de repente tem que lidar com a família da mulher, «2 Dias em Nova Iorque» consegue ser mais cómico do que o seu antecessor. Não é uma comédia para rir a bandeiras despregadas, mas uma comédia mais simples, onde os principais gags surgem com o tal choque de culturas, personalizado pela tripla francesa e o pobre Mingus, que às tantas não sabe o que fazer e pede conselhos a uma figura bastante peculiar. Esta personagem é um dos pontos fortes do filme, pois Chris Rock consegue interpretá-la bastante bem, sem cair na sua forma mais habitual de representar. Talvez a maior surpresa de «2 Dias em Nova Iorque» tenha sido ver um actor que estamos habituados a ver em papéis de comédias mais populares e com o humor a roçar a idiotice, num papel um pouco mais sério. Apesar de ter os seus momentos onde deixa libertar a sua veia de stand up, universo do qual é originário o actor, consegue estar num registo menos cómico quando é necessário. E Julie Delpy marca mais alguns pontos na sua carreira atrás das câmaras.

Classificação: 4/5

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